A literatura brasileira se desenvolveu em diferentes momentos históricos, cada um com suas características e autores marcantes. Abaixo, uma lista de autores importantes, divididos por cronologia dos períodos literários:
Período Colonial (Século XVI – XVIII)
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Quinhentismo (1500-1601): Primeiras manifestações literárias no Brasil, com caráter informativo (crônicas de viagem) e catequético.
- Pero Vaz de Caminha (c. 1450-1500): Autor da “Carta de Achamento do Brasil”, o primeiro documento escrito em português no país.
- Padre José de Anchieta (1534-1597): Jesuíta, autor de poemas, autos e peças de teatro com fins catequéticos.
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Barroco (1601-1768): Marcado pelo dualismo, contraste e o jogo de palavras e ideias, refletindo a crise de valores da época.
- Gregório de Matos e Guerra (1636-1696): “Boca do Inferno”, poeta satírico, lírico e religioso.
- Padre Antônio Vieira (1608-1697): Um dos maiores oradores da língua portuguesa, autor de sermões complexos e eloquentes.
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Arcadismo (1768-1836): Busca pela simplicidade, bucolismo, exaltação da natureza e do “bom selvagem”, em oposição aos exageros barrocos.
- Cláudio Manuel da Costa (1729-1789): “Obras Poéticas”.
- Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810): “Marília de Dirceu”.
- Santa Rita Durão (1722-1784): “Caramuru”.
- Basílio da Gama (1741-1795): “O Uraguai”.
Período Nacional (Século XIX – Início do XX)
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Romantismo (1836-1881): Exaltação da natureza, nacionalismo, indianismo, subjetivismo, sentimentalismo e idealização do amor.
- Gonçalves de Magalhães (1811-1882): Marco inicial com “Suspiros Poéticos e Saudades”.
- Gonçalves Dias (1823-1864): Poeta indianista (“Canção do Exílio”, “I-Juca Pirama”).
- José de Alencar (1829-1877): Grande prosador do Romantismo, com romances indianistas (“Iracema”, “O Guarani”), urbanos (“Senhora”, “Lucíola”) e regionalistas.
- Álvares de Azevedo (1831-1852): Poeta ultrarromântico (“Lira dos Vinte Anos”, “Noite na Taverna”).
- Casimiro de Abreu (1839-1860): Poeta lírico-sentimental (“As Primaveras”).
- Castro Alves (1847-1871): “Poeta dos Escravos”, com poesia social e abolicionista (“Navio Negreiro”, “Os Escravos”).
- Manuel Antônio de Almeida (1830-1861): “Memórias de um Sargento de Milícias”.
- Maria Firmina dos Reis (1822-1917): “Úrsula”.
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Realismo e Naturalismo (1881-1902): Objetividade, crítica social, análise psicológica, cientificismo e determinismo.
- Machado de Assis (1839-1908): Principal nome, inaugurou o Realismo com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Outras obras: “Dom Casmurro”, “Quincas Borba”.
- Aluísio Azevedo (1857-1913): Principal nome do Naturalismo (“O Cortiço”, “O Mulato”).
- Raul Pompeia (1863-1895): “O Ateneu”.
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Parnasianismo (1882-1922): Valorização da forma, da rima e da métrica, objetividade, “arte pela arte”.
- Olavo Bilac (1865-1918): “Via Láctea”, “Poemas”.
- Raimundo Correia (1859-1911).
- Alberto de Oliveira (1857-1937).
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Simbolismo (1893-1922): Subjetividade, misticismo, musicalidade, valorização do inconsciente e da sugestão.
- Cruz e Sousa (1861-1898): “Missal”, “Broquéis”.
- Alphonsus de Guimaraens (1870-1921): “Dona Mística”, “Kyriale”.
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Pré-Modernismo (1902-1922): Transição entre o século XIX e o Modernismo, com temas sociais e regionais, e uma linguagem mais coloquial.
- Euclides da Cunha (1866-1909): “Os Sertões”.
- Monteiro Lobato (1882-1948): “Urupês”, “Cidades Mortas”.
- Lima Barreto (1881-1922): “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”.
- Augusto dos Anjos (1884-1914): “Eu”.
Modernismo e Pós-Modernismo (Século XX – Atualidade)
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Modernismo (1922-1978): Ruptura com o passado, valorização da identidade nacional, experimentação formal e liberdade de expressão.
- Primeira Geração (1922-1930) – Fase Heroica/De Demolição:
- Mário de Andrade (1893-1945): “Macunaíma”, “Pauliceia Desvairada”.
- Oswald de Andrade (1890-1954): “Memórias Sentimentais de João Miramar”, “Manifesto Antropófago”.
- Manuel Bandeira (1886-1968): “Libertinagem”, “Estrela da Manhã”.
- Segunda Geração (1930-1945) – Fase de Consolidação/Geração de 30:
- Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): “Alguma Poesia”, “A Rosa do Povo”.
- Cecília Meireles (1901-1964): “Romanceiro da Inconfidência”, “Viagem”.
- Graciliano Ramos (1892-1953): “Vidas Secas”, “São Bernardo”.
- Rachel de Queiroz (1910-2003): “O Quinze”.
- Jorge Amado (1912-2001): “Capitães da Areia”, “Gabriela, Cravo e Canela”.
- Vinicius de Moraes (1913-1980): “Forma e Exegese”, “Livro de Sonetos”.
- Érico Veríssimo (1905-1975): “O Tempo e o Vento”.
- José Lins do Rego (1901-1957): “Menino de Engenho”.
- Terceira Geração (1945-1978) – Pós-Modernismo/Geração de 45: Busca por uma literatura mais universal, experimentalismo linguístico, e aprofundamento psicológico.
- João Guimarães Rosa (1908-1967): “Grande Sertão: Veredas”, “Primeiras Estórias”.
- Clarice Lispector (1920-1977): “A Hora da Estrela”, “Perto do Coração Selvagem”, “A Paixão Segundo G.H.”.
- João Cabral de Melo Neto (1920-1999): “Morte e Vida Severina”, “O Cão sem Plumas”.
- Lygia Fagundes Telles (1923-2022): “As Meninas”, “Ciranda de Pedra”.
- Ariano Suassuna (1927-2014): “Auto da Compadecida”, “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Encoberto”.
- Primeira Geração (1922-1930) – Fase Heroica/De Demolição:
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Literatura Contemporânea (Pós-1978 até o presente): Diversidade de estilos e temas, experimentação, hibridismo de gêneros, novas vozes e abordagens (literatura marginal, afro-brasileira, feminina, etc.).
- Carolina Maria de Jesus (1914-1977): “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”.
- Rubem Fonseca (1925-2020): Contos policiais e urbanos, “Feliz Ano Novo”.
- Fernando Sabino (1923-2004): Cronista, “O Encontro Marcado”.
- Adélia Prado (1935-): Poeta, “Bagagem”.
- Moacyr Scliar (1937-2011): “A Mulher que Escreveu a Bíblia”.
- Luis Fernando Verissimo (1936-): Cronista, humorista.
- Milton Hatoum (1952-): “Dois Irmãos”, “Cinzas do Norte”.
- Ana Maria Gonçalves (1970-): “Um Defeito de Cor”.
- Conceição Evaristo (1946-): “Ponciá Vicêncio”, “Becos da Memória”.
- Itamar Vieira Junior (1979-): “Torto Arado”.
- Geovani Martins (1991-): “O Sol na Cabeça”.
Esta lista é um panorama geral e não exaustivo, pois a literatura brasileira é vastíssima e em constante evolução. Muitos autores transitam entre estilos e suas obras podem ser classificadas em mais de um período, refletindo a complexidade da nossa produção literária.