Rhine e a Percepção Extrassensorial (PES)

Dr. Joseph Banks Rhine (J. B. Rhine) é amplamente considerado o “Pai da Parapsicologia Moderna”. Ele foi um botânico americano que, juntamente com sua esposa, Dra. Louisa E. Rhine, estabeleceu o Laboratório de Parapsicologia na Duke University, na Carolina do Norte, em 1930.


O Que é Percepção Extrassensorial (PES)?

A Percepção Extrassensorial (PES), mais conhecida pela sigla em inglês ESP (Extra-Sensory Perception), refere-se à suposta capacidade de adquirir informações ou comunicar-se com outras mentes sem o uso dos nossos cinco sentidos conhecidos (visão, audição, tato, paladar e olfato) ou qualquer meio físico ou interação direta. Em outras palavras, é como se a informação chegasse à mente de uma pessoa “por outros canais”.

Para entender melhor, imagine que você sabe algo que, em tese, não deveria saber. A PES engloba diferentes fenômenos, sendo os mais frequentemente estudados:

  • Telepatia: É a comunicação direta de pensamentos ou sentimentos de uma mente para outra, sem o uso de qualquer meio sensorial ou físico. Pense em alguém “lendo sua mente” ou você “enviando” um pensamento para outra pessoa.
    • Exemplo: Você está pensando em ligar para um amigo e, nesse exato momento, ele te liga. Para a PES, isso poderia ser uma forma de telepatia.
  • Clarividência: Refere-se à capacidade de obter informações sobre eventos, objetos ou pessoas à distância ou de forma oculta, sem o uso dos sentidos. É como “ver” algo que não está visível para os olhos físicos.
    • Exemplo: Você “sabe” que um determinado objeto está escondido em um local específico, mesmo sem ter visto ou ter sido informado sobre ele.
  • Precognição: É o conhecimento de eventos futuros antes que eles aconteçam, sem inferência lógica ou previsões baseadas em informações conhecidas. É ter uma “visão” do que está por vir.
    • Exemplo: Sonhar com um evento específico que se materializa exatamente como no sonho dias depois.
  • Psicocinese (ou Telecinese): Embora tecnicamente não seja uma forma de percepção (e sim de influência), é frequentemente associada à PES dentro do campo da parapsicologia. Refere-se à capacidade de a mente influenciar ou mover objetos físicos sem contato físico.
    • Exemplo: Mover uma caneta com a força do pensamento.

É importante ressaltar que a Percepção Extrassensorial é um conceito amplamente pesquisado na parapsicologia, mas não é aceita pela ciência convencional como um fenômeno comprovado. As pesquisas de Rhine, apesar de rigorosas para sua época, geraram resultados que não foram replicados consistentemente por outros cientistas, e a maioria dos estudiosos vê a PES com ceticismo.


As Pesquisas de Rhine sobre Percepção Extrassensorial (PES)

Rhine dedicou grande parte de sua carreira ao estudo científico de fenômenos que hoje conhecemos como parapsicologia, com foco principal na Percepção Extrassensorial (PES). Ele foi responsável por cunhar o termo “percepção extrassensorial” (ESP em inglês) para descrever a aparente capacidade de algumas pessoas de adquirir informações sem o uso dos cinco sentidos conhecidos (visão, audição, tato, paladar, olfato).

Para conduzir suas pesquisas, Rhine desenvolveu metodologias experimentais rigorosas, buscando um caráter científico para a investigação de fenômenos psíquicos. Um de seus métodos mais famosos envolveu o uso dos Cartões Zener, baralhos de 25 cartas com cinco símbolos distintos (cruz, estrela, linhas onduladas, círculo e quadrado). Os sujeitos eram convidados a adivinhar a sequência das cartas sob várias condições, incluindo diferentes distâncias e barreiras, para eliminar a possibilidade de pistas sensoriais.

Rhine publicou seus resultados em livros como “Extra-Sensory Perception” (1934), que gerou grande interesse público, e “Extra-Sensory Perception After Sixty Years” (1940), que revisou estudos experimentais de clarividência e telepatia. Ele e seus colegas realizaram milhares de séries experimentais com numerosos participantes, incluindo sujeitos com habilidades “fantásticas” e também pessoas comuns, pois acreditava que a PES era uma potencialidade inerente a todos os seres humanos.


Controvérsias e Legado

Embora os resultados de Rhine tenham sido estatisticamente significativos em muitos de seus experimentos, sua pesquisa foi recebida com ceticismo considerável pela comunidade científica mainstream. Críticas metodológicas foram levantadas, e a aceitação de seu trabalho no campo da psicologia tradicional sempre foi objeto de debate.

Apesar das críticas, o trabalho de Rhine foi pioneiro na tentativa de aplicar métodos científicos ao estudo do paranormal. Em 1965, ele se aposentou da Duke University e fundou a Foundation for Research on the Nature of Man, mais tarde renomeada como Rhine Research Center, que continua a explorar a consciência e experiências humanas excepcionais.

É importante notar que a pesquisa de Rhine sobre a PES também influenciou outros campos, como o trabalho de Carl Gustav Jung sobre o conceito de sincronicidade, mostrando um interesse mútuo entre os dois pesquisadores.

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