Assista o vídeo de Anete Guimarães no link a seguir:
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O Automatismo Cerebral: Uma Perspectiva Multidisciplinar
O automatismo cerebral refere-se à capacidade do cérebro de operar de forma autônoma, realizando funções e processando informações sem a necessidade de uma atenção consciente constante. Isso é fundamental para a sobrevivência e para a eficiência de nossas ações diárias. Desde a respiração até a condução de um veículo, muitas de nossas atividades são mediadas por redes neurais que funcionam de modo automático e subconsciente.
Neurociência e o Automatismo
Do ponto de vista da neurociência, o automatismo é resultado da formação e do fortalecimento de sinapses – as conexões entre os neurônios. Quando repetimos uma ação ou pensamento, essas vias neurais se tornam mais eficientes e robustas, permitindo que a informação seja transmitida mais rapidamente e com menos esforço consciente. Esse processo é conhecido como plasticidade sináptica ou neuroplasticidade.
A Influência Bioquímica dos Pensamentos
Nossos pensamentos não são meras abstrações; eles têm um profundo impacto bioquímico em nosso corpo. O cérebro, ao processar pensamentos e emoções, libera uma variedade de neurotransmissores e hormônios que afetam diretamente a fisiologia corporal.
Neurotransmissores e Hormônios
- Neurotransmissores: Substâncias químicas como a serotonina (associada ao bem-estar e humor), a dopamina (prazer e recompensa), a noradrenalina (alerta e estresse) e o GABA (inibidor, calmante) são liberadas nas sinapses e modulam a atividade cerebral e corporal. Pensamentos positivos, por exemplo, podem estimular a liberação de serotonina e dopamina, promovendo sensações de alegria e motivação. Por outro lado, pensamentos negativos ou estressantes podem desencadear a liberação de cortisol (o hormônio do estresse) e noradrenalina.
- Hormônios: Além dos neurotransmissores, o cérebro, em conjunto com o sistema endócrino, regula a liberação de hormônios. O hipotálamo e a hipófise desempenham papéis cruciais nesse processo. Por exemplo, o estresse crônico, impulsionado por pensamentos negativos e preocupações, pode levar a níveis elevados e contínuos de cortisol, o que pode impactar negativamente o sistema imunológico, a digestão, o sono e até mesmo a saúde cardiovascular.
Processos Cardíacos e Circulatórios
A influência dos pensamentos se estende aos sistemas cardíaco e circulatório. O sistema nervoso autônomo, que opera em grande parte de forma automática, regula a frequência cardíaca, a pressão arterial e a circulação sanguínea.
- Sistema Nervoso Simpático: Ativado por pensamentos de estresse, medo ou raiva, o sistema simpático libera noradrenalina e adrenalina, resultando em aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos) e elevação da pressão arterial. Essa é a resposta de “luta ou fuga”.
- Sistema Nervoso Parassimpático: Ativado por pensamentos de calma, relaxamento e gratidão, o sistema parassimpático libera acetilcolina, que diminui a frequência cardíaca, promove a vasodilatação (dilatação dos vasos sanguíneos) e reduz a pressão arterial, facilitando a digestão e o repouso.
Vibrações Mentais e Células do Corpo Humano: Uma Perspectiva Integrativa
A ideia de que “vibrações mentais” afetam as células do corpo e a realidade tem sido explorada por diversas áreas, e embora a medicina e a neurociência tradicionais usem termos mais específicos como “influência psicossomática” ou “conexão mente-corpo”, a psicologia e a Doutrina Espírita oferecem perspectivas complementares.
A Conexão Mente-Corpo na Psicologia e Medicina
A psicologia reconhece amplamente a influência da mente sobre o corpo, um campo conhecido como psiconeuroimunologia (PNI). A PNI estuda as interações entre os processos psicológicos, o sistema nervoso e o sistema imunológico. Pesquisas demonstram que estados mentais positivos (otimismo, esperança) podem fortalecer o sistema imunológico, enquanto estados negativos (estresse crônico, depressão) podem suprimi-lo, tornando o corpo mais suscetível a doenças.
Em nível celular, as vibrações mentais (entendidas aqui como os padrões eletroquímicos gerados pelos pensamentos e emoções) podem influenciar a expressão gênica, a comunicação celular e a saúde dos tecidos. O ambiente bioquímico criado por nossos pensamentos afeta o meio extracelular, o que, por sua vez, impacta o funcionamento celular. Por exemplo, a inflamação crônica, muitas vezes exacerbada pelo estresse psicológico, pode danificar células e tecidos.
A Doutrina Espírita e a Construção da Realidade
A Doutrina Espírita oferece uma compreensão mais abrangente das “vibrações mentais”, referindo-se a elas como fluidos espirituais ou pensamentos-formas que não apenas influenciam o corpo físico, mas também interagem com o ambiente e a realidade externa.
- Corpo e Perispírito: Segundo o Espiritismo, o ser humano é composto pelo corpo físico, o Espírito (a individualidade imortal) e o perispírito (um corpo fluídico que serve de ligação entre o Espírito e o corpo físico). Os pensamentos e emoções do Espírito, através do perispírito, atuam sobre o corpo físico, influenciando sua saúde e bem-estar. As “vibrações mentais” seriam emanações do Espírito que moldam o perispírito e, por extensão, o corpo material.
- Lei de Causa e Efeito: A Doutrina Espírita postula a lei de causa e efeito, onde pensamentos e ações geram consequências que moldam o destino e a realidade do indivíduo. Pensamentos negativos e viciosos atrairiam experiências desfavoráveis, enquanto pensamentos virtuosos e elevados atrairiam resultados positivos. Essa “atração” não é mística, mas sim uma ressonância energética que se manifesta na realidade material e espiritual.
- Pensamento Criador: A Doutrina Espírita enfatiza o poder criador do pensamento. Não apenas influenciamos nosso próprio corpo, mas também o ambiente ao nosso redor, atraindo para nós aquilo em que consistentemente pensamos e sentimos. Essa ideia ecoa conceitos da psicologia moderna sobre profecias autorrealizáveis e a importância do otimismo e da mentalidade positiva.
Em resumo, a integração dessas perspectivas sugere que nossos pensamentos, através de complexos mecanismos neuroquímicos e energéticos, não apenas modelam nossa saúde física, mas também contribuem significativamente para a construção de nossa realidade e destino. Compreender e gerenciar conscientemente nossos pensamentos torna-se, assim, uma ferramenta poderosa para o bem-estar e o desenvolvimento integral.