Poderia um simples sopro curar uma doença tão misteriosa quanto a epilepsia?
Nos tempos antigos, Simão, o Mágico, realizava feitos que desafiavam a compreensão, sendo conhecido por “destruir o mal” com seu hálito.
Convidamos você a mergulhar em uma análise profunda sobre as curas de Simão, explorando o magnetismo e a mediunidade, e compreendendo a epilepsia sob uma perspectiva que une a história bíblica e os ensinamentos espíritas.
Uma ponte entre o passado e o nosso entendimento atual sobre a energia e o espírito.
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Sumário
- Introdução: Simão, o Mágico, e a Fascinante História da Cura
- Quem Foi Simão, o Mágico? Breve Biografia e Contexto Histórico
- O Fenômeno do “Sopro Curador” e o Magnetismo Pessoal
3.1. A Energia Universal e o Fluido Vital
3.2. Simão: Médium Curador e a Centelha Divina
- A Epilepsia à Luz do Espiritismo: Possessão, Obsessão e Distúrbios Físicos
4.1. O Mal Atacado: Uma Visão Espírita sobre a Epilepsia
4.2. O Sopro Magnético e a Sintonia Vibratória
- Conclusão: O Legado de Simão e a Mediunidade Inata
1. Introdução: Simão, o Mágico, e a Fascinante História da Cura
Em uma época de grandes transformações e efervescência espiritual, a figura de Simão, um samaritano conhecido como “o Mágico” ou “Simão Mago” (mencionado nos Atos dos Apóstolos, capítulo 8), emerge com um poder que desafiava o entendimento da época. A tradição conta que ele possuía a capacidade de realizar prodígios, sendo particularmente notável o relato de que, “soprando nos epiléticos, destruía o mal de que estavam atacados.”
Este artigo propõe-se a analisar este poder notável – o “sopro curador” – não apenas pela lente da narrativa religiosa, mas sob a perspectiva da mediunidade e do magnetismo, explorando as implicações deste ato de cura e a natureza da epilepsia à luz da Doutrina Espírita, que abrange e sistematiza a mediunidade como uma faculdade natural do Espírito.
2. Quem Foi Simão, o Mágico? Breve Biografia e Contexto Histórico
Simão, o Mágico, viveu na Samaria e ganhou grande notoriedade antes da chegada de Filipe e dos Apóstolos de Jesus. A Bíblia o descreve como alguém que usava suas habilidades para impressionar a população. A passagem bíblica que o apresenta é clara em relação à sua influência e reputação:
Atos dos Apóstolos 8:9-11 (ARA): “Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chama1do Grande Poder. E davam-lhe atenção, porque já há muito os havia iludido com suas artes mágicas.”
Seus “poderes” eram tão eficazes que o povo o elevou a uma posição de semidivindade. O ponto central de sua história, no contexto cristão, é sua tentativa de comprar o poder de transmitir o Espírito Santo dos apóstolos Pedro e João, ato que deu origem ao termo simonia (o comércio de bens espirituais ou eclesiásticos). Essa ambição revela uma falha moral, mas não anula a autenticidade de suas faculdades.
Do ponto de vista das tradições esotéricas e espiritualistas, Simão é visto como um indivíduo com faculdades anímicas e mediúnicas notáveis, ainda que imaturas ou mal direcionadas, combinando talentos naturais com a possível prática de artes ocultas.
3. O Fenômeno do “Sopro Curador” e o Magnetismo Pessoal
A descrição de Simão “soprando nos epiléticos” para destruir o mal é uma referência poderosa a uma técnica largamente estudada pelo Magnetismo Animal e também aplicada no Espiritismo: a imposição de fluidos curadores.
3.1. A Energia Universal e o Fluido Vital
Em diversas vertentes espiritualistas e filosóficas, a saúde é compreendida como um equilíbrio de energias. O magnetismo afirma a existência de um Fluido Cósmico Universal (ou fluído vital) que, manipulado pela vontade e pela concentração do magnetizador, pode ser transmitido a um doente.
O ato de soprar é um método tradicional de exteriorização e projeção desse fluido vital, ou ectoplasma. A eficácia de Simão sugere um uso instintivo de seu poder magnético e mediúnico para dispersar a energia negativa, promovendo a cura.
3.2. Simão: Médium Curador e a Centelha Divina
A reação de Simão ao ver Pedro e João transmitirem o poder mediúnico (Espírito Santo, na terminologia da época) levanta a questão da origem de seu próprio poder. No Espiritismo, o conceito de Espírito Santo não se refere a uma pessoa da Trindade, mas sim à manifestação do Poder Divino através da coletividade dos Espíritos Superiores, ou, de forma mais ampla, à Centelha Divina presente, em potencial, em cada criatura.
Esta Centelha Divina é a essência imortal do Espírito, a semente de Deus que nos faz co-criadores e nos conecta permanentemente ao Plano Maior. É a fonte de onde emana a Lei Divina ou Natural, que está impressa em nossa consciência (O Livro dos Espíritos, Questão 621) e nos orienta ao bem.
O poder de Simão era um dom natural (mediunidade e magnetismo), inerente à sua condição de Espírito. Contudo, sua falha estava em tentar adquirir o poder por meios materiais, o que revela um total desconhecimento das leis de sintonia vibratória:
Atos dos Apóstolos 8:18-19 (ARA): “Quando Simão viu que, mediante a imposição das mãos dos apóstolos, era concedido o Espírito, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim este poder…“
O poder espiritual não pode ser comprado, pois ele depende intrinsecamente da sintonia vibratória e da elevação moral do indivíduo. A comunicação entre o mundo invisível e o visível (mediunidade) é uma conexão mental permanente que se estabelece por afinidade de pensamentos e sentimentos. Ao tentar comprar o dom, Simão demonstra que seu coração estava focado no egoísmo e na glória pessoal, o oposto do mandamento que resume toda a Lei Natural: Amar ao Próximo como a si mesmo.
- O Próximo é, sob a ótica espírita, todo ser humano, encarnado ou desencarnado, nosso semelhante na jornada evolutiva.
- Amar ao Próximo é vibrar em altruísmo e humildade, a frequência exata para se conectar com os Espíritos Superiores (o verdadeiro Espírito Santo) e potencializar a Centelha Divina.
Simão, ao invés de buscar a sintonia pelo amor e pela reforma íntima, buscava o poder como um objeto de comércio, o que levou à dura repreensão de Pedro: “Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus.” (Atos 8:21).
4. A Epilepsia à Luz do Espiritismo: Possessão, Obsessão e Distúrbios Físicos
Para a compreensão da cura realizada por Simão, é fundamental entender a natureza da doença referida na Antiguidade. No contexto bíblico, a epilepsia era frequentemente interpretada como “mal de que estavam atacados”, ou seja, possessão ou influência de “espíritos imundos”.
4.1. O Mal Atacado: Uma Visão Espírita sobre a Epilepsia
O Espiritismo oferece clareza, reconhecendo que a epilepsia pode ter causas físicas-orgânicas ou ser a manifestação de uma obsessão complexa ou possessão transitória, onde o Espírito obsessor atua diretamente sobre o perispírito, desorganizando o sistema nervoso.
4.2. O Sopro Magnético e a Sintonia Vibratória
Ao soprar nos epiléticos, Simão projetava um fluido forte para dispersar os fluidos deletérios (em casos de fundo espiritual) ou para reenergizar o sistema nervoso (em casos de fundo magnético/físico). Esse magnetismo era eficiente para o alívio imediato, mas não resolvia a causa profunda.
Para uma cura definitiva em casos de obsessão, é essencial a mudança de sintonia vibratória do paciente, através da elevação moral e da prática do bem, que é o campo vibratório do verdadeiro Espírito Santo (os Bons Espíritos) e a manifestação da Lei Divina.
5. Conclusão: O Legado de Simão e a Mediunidade Inata
Simão, o Mágico, é um exemplo histórico da existência atemporal das faculdades mediúnicas e magnéticas em todos os povos. Sua história demonstra que:
- O poder de cura é uma manifestação da energia universal (magnetismo), inerente à Centelha Divina em nós.
- A verdadeira eficácia e pureza do dom dependem da sintonia vibratória e do alinhamento do coração com a Lei Divina (Amar ao Próximo).
A técnica do “sopro curador” é um testemunho do poder do magnetismo pessoal. Contudo, Simão ensina que a mediunidade, por mais potente que seja, só atinge sua plenitude quando liberta do egoísmo e colocada a serviço do amor, em sintonia com os Espíritos Superiores, a manifestação do Espírito Santo na Terra.