A B3, que é a bolsa de valores oficial do Brasil, é uma empresa de capital aberto e possui um modelo de negócios diversificado, atuando como o principal hub de infraestrutura do mercado financeiro do país.
Basicamente, ela ganha dinheiro cobrando taxas e oferecendo serviços essenciais em diferentes segmentos, sendo um agente central em quase toda transação de investimento que acontece no Brasil (exceto poupança).
As principais fontes de receita da B3 podem ser divididas em grandes áreas:
1. Receitas de Negociação e Pós-Negociação
Esta é a área mais conhecida e representa uma fatia significativa do faturamento da B3. Ela ganha dinheiro a cada transação realizada.
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Taxas sobre o Volume Negociado (Emolumentos): A B3 cobra uma pequena porcentagem do valor financeiro de cada compra e venda de ativos, como ações, Fundos Imobiliários (FIIs), ETFs e contratos futuros (dólar, índice, commodities, etc.).
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Taxa de Negociação: Pela execução da ordem no ambiente de negociação.
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Taxa de Liquidação: Pelo serviço de garantir que o dinheiro e o ativo sejam transferidos corretamente entre as partes (pós-negociação).
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Quanto mais pessoas compram e vendem (volume e frequência), mais a B3 fatura. Operações de Day Trade (compra e venda no mesmo dia) e Swing Trade (operações mais longas) geram receita para a bolsa.
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Receitas de Derivativos: A negociação de contratos futuros, opções e outros derivativos é uma fonte de receita muito importante.
2. Serviços de Renda Fixa e Balcão
A B3 administra a infraestrutura para o registro e custódia de grande parte dos títulos de Renda Fixa e operações de mercado de balcão:
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Custódia e Registro: A B3 cobra taxas para registrar e manter em segurança títulos de Renda Fixa privada (como CDBs, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs) e Títulos Públicos Federais (Tesouro Direto).
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Serviços de Cetip UFIN (Gravames): Uma linha de receita relevante é a administração de gravames de veículos (registro de financiamentos de automóveis e motocicletas), que veio da fusão com a Cetip.
3. Tecnologia, Dados e Serviços
A B3 vende informações e acesso à sua tecnologia para outros participantes do mercado:
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Venda de Dados: Corretoras, gestoras de fundos, bancos e empresas de análise pagam à B3 para acessar dados de negociação, cotações em tempo real e informações históricas do mercado.
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Conectividade e Sistemas: A bolsa cobra pelo fornecimento de acesso aos seus sistemas de negociação e pelo uso de suas plataformas tecnológicas.
4. Listagem e Outros Serviços
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Ofertas Públicas (IPOs/Follow-ons): Empresas que desejam abrir seu capital na bolsa (IPO) ou emitir novas ações (Follow-on) pagam taxas à B3 pelo processo de listagem e por manterem seus ativos negociados.
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Aluguel de Ativos (BTC): A B3 atua como intermediadora no serviço de aluguel de ações, cobrando taxas por essa facilitação.
Em resumo, a B3 funciona como um monopólio regulado no Brasil, sendo a única infraestrutura central para negociação, compensação e liquidação de ativos. Sua receita é uma combinação de taxas baseadas no volume e frequência das transações, e serviços de custódia e dados cobrados de forma recorrente.

