A psicose não é uma doença em si, mas sim um conjunto de sintomas que indicam uma perturbação grave no funcionamento mental, levando a uma perda de contato com a realidade. Durante um episódio psicótico, a pessoa pode ter dificuldade em distinguir o que é real do que não é. É importante entender que a psicose é um sintoma de alguma condição subjacente, que pode ser um transtorno mental, uma condição médica ou o uso de substâncias.
Principais características da psicose:
- Delírios: São crenças fixas e irreais que a pessoa mantém com convicção, mesmo quando confrontada com evidências contrárias. Podem ser de diversos tipos, como delírios de perseguição (acreditar que está sendo seguido ou prejudicado), delírios de grandeza (acreditar ter poderes especiais ou ser uma pessoa importante), delírios de referência (acreditar que eventos ou pessoas estão se referindo diretamente a ela), entre outros.
- Alucinações: São percepções sensoriais que ocorrem na ausência de um estímulo externo real. As alucinações auditivas (ouvir vozes) são as mais comuns, mas podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial (visuais, olfativas, gustativas, táteis).
- Pensamento desorganizado: A pessoa pode ter dificuldade em organizar seus pensamentos de forma lógica e coerente, o que se manifesta em um discurso confuso, com mudanças rápidas de assunto (fuga de ideias) ou respostas que não fazem sentido.
- Comportamento desorganizado ou catatônico: O comportamento pode se tornar imprevisível, inadequado à situação ou apresentar agitação excessiva. Em casos de catatonia, a pessoa pode apresentar imobilidade, rigidez muscular ou movimentos repetitivos e sem propósito.
- Sintomas negativos: Em alguns casos, a psicose pode estar associada a uma diminuição da expressão emocional (afeto embotado), falta de motivação (avoliação), dificuldade em sentir prazer (anedonia), retraimento social e diminuição da fala (alogia).
É importante notar que nem todos os sintomas precisam estar presentes para que um quadro seja considerado psicótico. A manifestação e a intensidade dos sintomas podem variar significativamente entre as pessoas.
A psicose pode ser um sintoma de diversas condições, incluindo:
- Transtornos psicóticos primários: Esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo, transtorno delirante, transtorno psicótico breve.
- Transtornos do humor: Transtorno bipolar (durante os episódios de mania ou depressão grave com características psicóticas), depressão psicótica.
- Condições médicas: Tumores cerebrais, infecções do sistema nervoso central, lúpus, esclerose múltipla, entre outras.
- Uso de substâncias: Intoxicação ou abstinência de álcool e outras drogas (como anfetaminas, cocaína, alucinógenos).
- Privação de sono: Períodos prolongados de falta de sono podem, em alguns casos, desencadear sintomas psicóticos.
- Estresse extremo ou trauma: Em indivíduos vulneráveis, eventos altamente estressantes podem precipitar um episódio psicótico breve.
O tratamento para a psicose geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com medicamentos antipsicóticos para reduzir os sintomas, psicoterapia para ajudar a pessoa a lidar com a experiência psicótica, desenvolver estratégias de enfrentamento e melhorar o funcionamento social, e suporte social para auxiliar na recuperação e reintegração.