Assimilação Fluídica, Ectoplasma e Fenômenos de Efeitos Físicos

Mecanismo da mediunidade e o fenômeno de efeitos físicos sob a ótica da Doutrina Espírita.

A Assimilação do Fluido Vital pelo Médium

Imagine o médium como uma antena extremamente sensível, capaz de captar e transformar energias sutis. O primeiro passo nesse processo é a assimilação do fluido vital. De acordo com o Espiritismo, o fluido vital é o princípio da vida orgânica, presente em todos os seres vivos e difundido no Universo. O médium, por sua organização perispiritual mais maleável e sua predisposição, consegue atrair e absorver esse fluido do ambiente que o circunda, bem como de outros seres vivos presentes.

Essa assimilação não ocorre de forma passiva. Há uma participação ativa do perispírito do médium, o corpo semimaterial que liga o espírito ao corpo físico. O perispírito atua como um filtro e um transformador dessas energias, qualificando-as de acordo com as necessidades do trabalho mediúnico e a intenção do espírito comunicante.

A Produção do Ectoplasma

Uma vez assimilado e processado pelo perispírito, o fluido vital sofre uma transformação peculiar, dando origem a uma substância semimaterial e visível em certas condições: o ectoplasma. Allan Kardec, nas obras básicas da Doutrina Espírita, não detalha a bioquímica dessa transformação, mas os estudos posteriores e as observações de fenômenos mediúnicos sugerem um envolvimento direto dos centros de força ou chakras do perispírito.

Os centros de força são pontos de convergência e distribuição de energia no perispírito, atuando como verdadeiras usinas energéticas. Acredita-se que, sob a influência da vontade do espírito comunicante e a predisposição do médium, esses centros de força intensificam sua atividade, mobilizando o fluido vital e o transmutando em ectoplasma.

O Sistema Nervoso Central (SNC) do médium desempenha um papel crucial nesse processo. Embora o ectoplasma seja de natureza perispiritual em sua origem, sua exteriorização e os efeitos físicos que ele pode produzir no mundo material dependem da vitalidade e da capacidade de exteriorização do médium, que estão intrinsecamente ligadas ao seu organismo físico, especialmente ao SNC. É como se o SNC fosse o canal físico através do qual essa energia sutil se manifesta no plano material.

A Exteriorização do Ectoplasma

A exteriorização do ectoplasma é o momento em que essa substância semimaterial se desprende do corpo do médium. Ela pode ocorrer de diversas formas e em diferentes graus, desde emanações sutis e invisíveis até a formação de membros, objetos ou mesmo a materialização parcial ou total de espíritos.

A exteriorização é um processo delicado e que exige grande dispêndio energético por parte do médium. A quantidade e a qualidade do ectoplasma exteriorizado dependem de diversos fatores, como a capacidade mediúnica do indivíduo, seu estado de saúde física e mental, a natureza do espírito comunicante e as condições ambientais da sessão mediúnica.

É importante ressaltar que o cérebro, como órgão central do SNC, também está envolvido indiretamente. Ele é o responsável por coordenar as funções fisiológicas do médium durante o transe mediúnico e a exteriorização do ectoplasma, garantindo que o organismo suporte o esforço energético envolvido.

O Retorno do Ectoplasma

Após cumprir sua função no fenômeno mediúnico, o ectoplasma retorna ao corpo do médium. Esse processo de reabsorção é vital para a recuperação energética do médium. Assim como na exteriorização, os centros de força do perispírito desempenham um papel importante no recolhimento dessa energia semimaterial.

O retorno do ectoplasma pode ser gradual ou mais rápido, dependendo das circunstâncias do fenômeno. Em alguns casos, pode haver uma sensação de fadiga ou mal-estar no médium após a sessão, indicando o esforço energético despendido e o tempo necessário para a completa recuperação.

A Influência do Espírito

É fundamental compreender que o Espírito comunicante é o agente inteligente que direciona e molda o ectoplasma exteriorizado pelo médium. Ele utiliza essa substância plástica e maleável, energizada pelo fluido vital do médium, para produzir os diversos fenômenos de efeitos físicos, como ruídos, movimentos de objetos, levitações e materializações.

O Espírito atua sobre o ectoplasma através de sua vontade e do seu próprio perispírito, que se combina temporariamente com o do médium. A qualidade e a complexidade dos fenômenos dependem da capacidade e do conhecimento do Espírito, bem como da qualidade e da quantidade de ectoplasma disponível.

Em Resumo:

  1. Assimilação do Fluido Vital: O médium, com seu perispírito sensível, absorve o fluido vital do ambiente e de outros seres vivos.
  2. Processamento e Transformação: O perispírito, com a ativação dos centros de força, transforma o fluido vital em ectoplasma.
  3. Envolvimento do SNC e Cérebro: O Sistema Nervoso Central e o cérebro do médium fornecem o suporte físico para a exteriorização energética.
  4. Exteriorização do Ectoplasma: O ectoplasma se desprende do corpo do médium, podendo manifestar-se de diversas formas.
  5. Atuação do Espírito: O Espírito comunicante utiliza o ectoplasma, moldado por sua vontade, para produzir os fenômenos físicos.
  6. Retorno do Ectoplasma: Após o fenômeno, o ectoplasma é reabsorvido pelo médium, com a participação dos centros de força.

É importante lembrar que esse é um processo complexo e ainda não totalmente compreendido pela ciência material. A Doutrina Espírita oferece uma visão abrangente e lógica, baseada em observações de fenômenos mediúnicos e nos ensinamentos dos Espíritos Superiores, que nos permite vislumbrar a intrincada interação entre os planos físico e espiritual. É um campo de estudo fascinante que nos convida a expandir nossa compreensão da natureza da vida e da realidade!

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