A história por trás desses nomes e a forma de governo da Inglaterra são temas fascinantes e interligados, que ajudam a entender a identidade do Reino Unido hoje. Preparei um artigo detalhado, unindo as duas questões de forma clara e envolvente.
Se você já se confundiu com os nomes Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido, saiba que não está sozinho. A complexidade por trás dessas denominações revela séculos de história, guerras, uniões e dissoluções. Vamos mergulhar nessa jornada para entender as diferenças e, de quebra, decifrar por que a Inglaterra, ao contrário de tantos países, ainda é uma monarquia.
Assista o vídeo de The Prince and Princess of Wales (@princeandprincessofwales):
Vídeo. Disponível em https://www.instagram.com/reel/DOt_35ijSBA/?igsh=Y3BuenJhMW1rcDlx
1. Inglaterra (England): A nação dos anglos
A história começa com a Inglaterra. É um país, o mais antigo e populoso dos que hoje compõem o Reino Unido. Seu nome vem dos povos anglos, uma das tribos germânicas que invadiram a ilha no século V. A Inglaterra se consolidou como um reino unificado no século X, com fronteiras mais ou menos definidas.
- O que é: Um país.
- Capital: Londres.
- Status: Membro do Reino Unido.
2. Grã-Bretanha (Great Britain): A ilha principal
A Grã-Bretanha não é um país. É uma ilha. A maior da Europa, para ser exato. Ela abriga três nações: Inglaterra, Escócia e País de Gales. O termo ganhou força em 1707, quando o Reino da Inglaterra e o Reino da Escócia assinaram os Atos de União para formar o Reino da Grã-Bretanha. O “Grã” foi adicionado para diferenciá-la da Bretanha francesa, conhecida como “Pequena Bretanha”.
- O que é: Uma ilha.
- Componentes: Inglaterra, Escócia e País de Gales.
3. Reino Unido (United Kingdom): O estado soberano
O Reino Unido é a união política. O nome completo é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. É um estado soberano, uma nação que engloba a ilha da Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) e uma parte da ilha da Irlanda, a Irlanda do Norte. A união com a Irlanda ocorreu em 1801, mas a maior parte da ilha se tornou independente em 1922.
- O que é: Um estado soberano.
- Componentes: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
A Monarquia Britânica: Por que não é uma República?
Agora que entendemos a geografia política, vamos à forma de governo. O Reino Unido, e por consequência a Inglaterra, é uma Monarquia Constitucional. Mas por que eles não se tornaram uma república, como a maioria dos países europeus?
A resposta está na ausência de uma revolução violenta que depusesse a realeza. Ao contrário da França, que guilhotinou seu rei na Revolução Francesa, ou dos Estados Unidos, que lutaram por sua independência contra a monarquia britânica, a Inglaterra passou por um processo gradual de transferência de poder.
- 1688 – A Revolução Gloriosa: Este foi o ponto de virada. O rei Jaime II foi deposto de forma pacífica, e o Parlamento inglês estabeleceu que o poder do monarca seria limitado por lei. A partir daí, o poder real foi diminuindo, enquanto o poder do Parlamento crescia. O monarca, em vez de ser um governante absoluto, tornou-se uma figura simbólica e cerimonial.
- Monarquia vs. República: A grande diferença entre os dois sistemas é a chefia de Estado.
- Monarquia: O chefe de Estado é um monarca (rei ou rainha), que herda o trono e permanece no cargo por toda a vida. No caso do Reino Unido, é uma monarquia parlamentar, onde o monarca não governa, mas sim o primeiro-ministro eleito pelo Parlamento.
- República: O chefe de Estado é um presidente eleito, que tem um mandato limitado.
A Inter-relação e Classificação
Esses conceitos não são isolados. Eles se conectam de forma crucial:
- A Inglaterra, como nação, é a parte central da Monarquia Constitucional que hoje governa o Reino Unido.
- A Grã-Bretanha, como ilha, é o coração geográfico da união política.
- O Reino Unido, como estado soberano, é a entidade que representa todos os quatro países no cenário mundial e é governado por uma monarquia parlamentar hereditária.
A Inglaterra, portanto, não é uma república porque a sua transição para a democracia não se deu através da abolição da monarquia, mas sim pela limitação gradual de seus poderes. A coroa, hoje, serve como um símbolo de unidade, tradição e continuidade para todos os povos do Reino Unido, do País de Gales à Irlanda do Norte. E essa complexidade histórica é o que torna a identidade britânica tão única e intrigante.