Direita e Esquerda na Visão de Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho tinha uma visão bastante particular sobre as definições de direita e esquerda. Para ele, essas não eram apenas categorias políticas tradicionais, mas representavam, antes de tudo, posturas morais e intelectuais distintas em relação à realidade e à verdade.

Ele argumentava que a principal diferença não estava em políticas econômicas ou sociais específicas, mas sim na atitude fundamental de cada lado:

  • A Esquerda (para Olavo): Olavo via a esquerda como intrinsecamente ligada a um projeto de poder que visa a reengenharia social e moral. Para ele, a esquerda, em suas diversas manifestações (do comunismo ao que ele chamava de “marxismo cultural”), buscava subverter a ordem natural e tradicional da sociedade. Ele frequentemente criticava a esquerda por, segundo ele, desconsiderar a realidade em favor de utopias ideológicas e por usar a linguagem e a cultura como ferramentas de dominação. Ele chegou a afirmar que a esquerda buscava sua sustentação entre aqueles que viviam à margem da sociedade e que a defesa dos direitos humanos, por exemplo, seria uma forma de garantir regalias para os “excluídos”. Em sua visão, a esquerda não se preocupava com a verdade, mas com a eficácia de sua narrativa para atingir seus objetivos de poder.
  • A Direita (para Olavo): A direita, em contraste, seria a postura que defende a realidade como ela é, valorizando a tradição, a ordem natural e a moral judaico-cristã. Para Olavo, a direita seria aquela que busca preservar valores e instituições que, segundo ele, sustentam a civilização. Ele via a direita como menos preocupada em impor uma visão de mundo e mais em preservar a liberdade individual e a hierarquia natural das coisas. A direita, em sua perspectiva, representaria o apego à verdade objetiva e o reconhecimento das limitações humanas diante da complexidade da existência.

Em resumo, Olavo de Carvalho expandia a distinção entre direita e esquerda para além do campo político-econômico, inserindo-a em um embate metafísico e moral. Para ele, a esquerda era a força da “mentira” e da “ilusão”, que buscava criar uma realidade artificial, enquanto a direita representava a “verdade” e a “ordem”, baseada na tradição e na natureza humana.

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