Escolas Liberal e Neoliberal

A escola liberal e a escola neoliberal são conceitos importantes e interligados na história do pensamento econômico.

:: Escola Liberal (Liberalismo Econômico):

Origens: O liberalismo econômico surgiu no século XVIII, tendo como principais expoentes pensadores como Adam Smith, considerado o pai da economia moderna, David Ricardo, Thomas Malthus e John Stuart Mill. Suas ideias se desenvolveram em contraposição ao mercantilismo, sistema dominante na época que defendia forte intervenção estatal na economia.

Princípios Fundamentais:

Livre Mercado (Laissez-faire): Acreditam que a economia funciona melhor com a mínima intervenção do Estado. A “mão invisível” do mercado, através da oferta e da demanda, seria capaz de alocar recursos de forma eficiente e gerar prosperidade.

Propriedade Privada: Defesa do direito à propriedade privada como essencial para o incentivo à produção e ao investimento.

Liberdade Econômica: Liberdade para indivíduos e empresas produzirem, comprarem, venderem e investirem sem restrições significativas.

Concorrência: A competição entre agentes econômicos é vista como um motor para a inovação, a eficiência e a redução de preços.

Papel Limitado do Estado: O Estado deve se restringir a funções essenciais como a defesa nacional, a aplicação da lei, a proteção dos direitos de propriedade e, possivelmente, a provisão de alguns bens públicos.

Impacto Histórico: As ideias liberais tiveram um impacto profundo na Revolução Industrial e na formação dos sistemas econômicos capitalistas.

:: Escola Neoliberal (Neoliberalismo):

Origens: O neoliberalismo surgiu no século XX, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, como uma reação ao keynesianismo e ao estado de bem-estar social que ganharam força no período pós-guerra. Pensadores como Friedrich Hayek e Milton Friedman, juntamente com a Escola Austríaca e a Escola de Chicago, são figuras importantes nesse movimento.

Princípios Fundamentais (ênfase renovada e intensificada dos princípios liberais):

Desregulamentação: Redução das regulamentações governamentais na economia, visando aumentar a eficiência e a liberdade de mercado.

Privatização: Transferência de empresas e serviços estatais para o setor privado, buscando maior eficiência e menor intervenção do governo.

Política Monetária Austera: Controle rigoroso da oferta de moeda para combater a inflação, muitas vezes priorizando a estabilidade de preços em detrimento do pleno emprego.

Redução do Gasto Público: Diminuição dos gastos do governo, especialmente em programas sociais, buscando um estado menor e mais eficiente.

Abertura Comercial e Financeira: Redução de barreiras ao comércio internacional e à movimentação de capitais.

Individualismo e Responsabilidade Individual: Forte ênfase na responsabilidade individual e no papel do indivíduo como principal motor da economia.

Diferenças e Semelhanças:

O neoliberalismo pode ser visto como uma versão mais radical e intensificada do liberalismo clássico. Enquanto o liberalismo clássico defendia um papel limitado para o Estado, o neoliberalismo muitas vezes advoga por uma redução ainda maior da intervenção estatal e uma maior ênfase nos mecanismos de mercado.

Ambas as escolas compartilham a crença na superioridade do livre mercado como forma de organização econômica e na importância da propriedade privada e da liberdade econômica.

O neoliberalismo surgiu em um contexto histórico diferente, com economias mais complexas e globalizadas, e suas políticas muitas vezes foram implementadas em um cenário de maior integração internacional.

Em resumo, a escola liberal estabeleceu os fundamentos da crença no livre mercado e na limitação do papel do Estado na economia. A escola neoliberal surgiu posteriormente, reinterpretando e intensificando esses princípios em um novo contexto global, defendendo políticas de desregulamentação, privatização e redução do estado de bem-estar social.

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