A estrutura patrimonial de uma entidade é como um “retrato” financeiro dela em um determinado momento, mostrando o que ela possui, o que ela deve e qual é o seu capital próprio. Essa estrutura é apresentada no Balanço Patrimonial, que é uma das demonstrações contábeis mais importantes.
Basicamente, a estrutura patrimonial é composta por três elementos principais:
- Ativos (Bens e Direitos): Representam tudo o que a entidade possui e que pode gerar valor econômico no futuro. Pense em:
- Bens: Dinheiro em caixa e bancos, estoques de produtos, veículos, máquinas, imóveis.
- Direitos: Contas a receber de clientes, impostos a recuperar, aplicações financeiras.
Os ativos são geralmente divididos em:
- Ativo Circulante: Bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro ou consumidos em um curto prazo (geralmente até 12 meses).
- Ativo Não Circulante: Bens e direitos de longo prazo, que não se esperam que sejam convertidos em dinheiro no curto prazo (ex: imóveis, investimentos de longo prazo, marcas e patentes).
- Passivos (Obrigações): Representam tudo o que a entidade deve a terceiros. São as suas dívidas e compromissos. Alguns exemplos são:
- Empréstimos bancários.
- Contas a pagar a fornecedores.
- Salários a pagar.
- Impostos a pagar.
Os passivos também são divididos em:
- Passivo Circulante: Obrigações que devem ser pagas em um curto prazo (até 12 meses).
- Passivo Não Circulante: Obrigações de longo prazo, com vencimento superior a 12 meses.
- Patrimônio Líquido (PL): É a diferença entre o total dos Ativos e o total dos Passivos. Ele representa o capital próprio da entidade, ou seja, os recursos que pertencem aos proprietários ou acionistas depois que todas as dívidas são pagas. O Patrimônio Líquido é composto, entre outros, por:
- Capital Social: O valor investido pelos sócios ou acionistas na empresa.
- Reservas de Lucros: Lucros que foram retidos na empresa para investimentos futuros.
- Prejuízos Acumulados: Se a empresa teve mais despesas do que receitas, pode haver um prejuízo acumulado.
A equação fundamental da contabilidade mostra a relação entre esses elementos:
Essa equação sempre deve estar equilibrada no Balanço Patrimonial.
O que é entidade para a contabilidade?
Para a contabilidade, o conceito de entidade é fundamental e significa que a empresa (ou qualquer organização) é vista como uma unidade separada e distinta de seus proprietários, sócios ou administradores. É o que chamamos de Princípio da Entidade.
Isso quer dizer que:
- Separação Patrimonial: Os bens, direitos e obrigações da empresa não se confundem com os bens, direitos e obrigações pessoais dos seus donos. Mesmo que uma pessoa seja a única proprietária de uma empresa, as finanças da empresa devem ser tratadas de forma independente das finanças pessoais do proprietário.
- Foco nos Registros da Entidade: Todos os registros contábeis, receitas, despesas e investimentos devem ser feitos em nome da entidade, e não em nome de seus sócios ou proprietários.
- Transparência e Precisão: Essa separação é crucial para garantir que as informações contábeis sejam transparentes, precisas e reflitam a real situação financeira da empresa, facilitando a análise por parte de investidores, credores e órgãos reguladores.
A entidade, para fins contábeis, pode ser uma empresa individual, uma sociedade, uma organização sem fins lucrativos, uma instituição governamental, entre outras. O importante é que haja uma delimitação de seu patrimônio e atividades econômicas para que seus registros contábeis possam ser feitos de forma autônoma.
Em resumo, o Princípio da Entidade é um dos pilares da contabilidade, garantindo que a “vida financeira” da empresa seja acompanhada de forma clara e isolada da “vida financeira” de seus responsáveis.