Curas de Jesus: Luz da Razão e do Espírito em Mateus 15:30

A passagem de Mateus 15:30 registra um momento emblemático do ministério de Jesus: “E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou.” Este versículo, frequentemente visto sob a ótica do “milagre” sobrenatural, adquire uma profundidade transformadora quando analisado à luz do Espiritismo, da mediunidade e das ciências como a Física, Química, Anatomia, Neurociências e Biofísica, culminando na compreensão do potencial divino inerente a cada ser humano.

Assista o vídeo de Jesus Cristo (@jesus_cenas) que retrata a passagem bíblica de Mateus 15:30:

1. A Visão Espírita: Mediunidade e o Fluido Cósmico Universal

O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, oferece uma chave para desmistificar o aspecto do “milagre” na atuação de Jesus, enquadrando-o na lei natural, mas em um patamar de excelência.

• Jesus, o Médium Máximo: Na visão espírita, Jesus é considerado o Espírito mais puro que já passou pela Terra. Sua capacidade de cura é entendida como a mediunidade de cura em seu grau máximo. Ele não violava as leis da Natureza, mas as utilizava em sua plenitude.
• O Fluido Cósmico Universal (FCU): A base da vida e de todos os fenômenos, o FCU, é a matéria elementar, que pode ser modificada por Espíritos de alta hierarquia. Jesus, com sua pureza e domínio espiritual, tinha a capacidade de manipular esse fluido com perfeição, direcionando o Fluido Vital (o princípio da vida do perispírito) e o Fluido Espiritual (as energias do mundo invisível) para a cura.
• Mateus 15:30 e o Passe de Jesus: As “muitas multidões” e a variedade de aflições — coxos, aleijados, cegos, mudos — indicam uma aplicação generalizada do que hoje conhecemos como passe espírita, que é a transfusão de energias curadoras do médium (ou do Espírito) para o doente. A simples proximidade (“largaram junto aos pés de Jesus”) e o foco da fé coletiva criavam um campo vibratório propício à ação do Mestre.

2. A Luz da Ciência Moderna: Perispírito, Anatomia, Neurociências e Biofísica

As curas de Jesus podem ser compreendidas como fenômenos que operam na fronteira da ciência humana atual, utilizando mecanismos que a ciência ainda engatinha para explicar completamente, mas que não são magicamente sobrenaturais.

• Biofísica e o Perispírito: O Espiritismo ensina sobre o perispírito, um corpo semimaterial que serve de elo entre o Espírito e o corpo físico. As doenças, muitas vezes, têm sua origem em desajustes ou “lesões” nesse invólucro fluídico. A ação de Jesus, através do FCU e do Fluido Vital, atuava primeiramente no perispírito, reequilibrando-o. Esse reequilíbrio biofísico se refletia imediatamente na anatomia do corpo material, restaurando a função dos órgãos e sistemas nervosos.
• Neurociências e o Poder da Mente: A cura de certas aflições, especialmente as ligadas a paralisias e cegueiras de origem psicossomática, envolve uma profunda reprogramação neurológica. A fé e a confiança absoluta em Jesus (“Vai, a tua fé te salvou”) agiam como um potente catalisador que ativava as capacidades de autocura do cérebro (neuroplasticidade). Jesus, com sua irradiação moral, induzia um estado de consciência que liberava substâncias neuroquímicas e reativava conexões neurais inibidas.
• Anatomia e Química: A cura de um “coxo” (paralisia) implica a reativação da transmissão do impulso nervoso e o restabelecimento da função motora muscular, que a ciência espírita atribui à restituição fluídica da anatomia sutil. A intervenção de Jesus, nesse contexto, seria uma aplicação de energia que reorganiza a estrutura molecular e celular no nível mais elementar, como se estivesse “recarregando” e “reparando” os sistemas biológicos por meio de uma química e biofísica espiritual de alta potência.

3. A Desmistificação do “Milagre”: A Lei e o Divino em Nós

A palavra “milagre” sugere uma quebra das leis naturais. Jesus, no entanto, veio para mostrar a plenitude dessas leis, e não sua violação.

• Lei e Potencial Humano: Os fenômenos de cura de Jesus são “milagres” apenas para o nosso entendimento limitado. Para Ele, eram a aplicação natural e perfeita de leis espirituais e físicas que ainda desconhecemos. A verdadeira mensagem é: tudo está contido na Lei Divina.
• “Vós Sois Deuses”: O cerne da desmistificação está na frase bíblica: “Eu disse: Vós sois deuses” (João 10:34). Jesus não curava por ser o único, mas por ser o modelo do que cada Espírito, em evolução, está destinado a ser. Ele detinha a chave do Reino (o conhecimento e o amor) e manifestava em grau máximo o poder que reside latente em todo ser humano.
• O Evangelho de Jesus e a Razão: O Evangelho, à luz da razão e do Espiritismo, revela que o poder de Jesus estava em seu Amor Universal e conhecimento da Verdade, que lhe permitiam sintonizar-se perfeitamente com a Fonte Divina. Ao curar, Ele atestava a imortalidade da alma e a ação ininterrupta do plano espiritual na matéria, incentivando a humanidade a buscar esse mesmo despertar moral e conhecimento.

4. O Legado de Mateus 15:30 para a Atualidade

A passagem de Mateus 15:30 se torna, assim, um convite à reflexão e à ação:

• Não se trata de adorar um poder inatingível, mas de estudar e replicar a conduta de Jesus.
• As curas foram demonstrações do poder da Mediunidade Pura e do Amor, que desfazem os nós causais das doenças e reajustam a matéria pela força do Espírito.
• O maior milagre é a transformação moral, que, ao elevar nosso padrão vibratório, nos capacita a acessar e aplicar o poder divino que reside em nós, aproximando-nos da capacidade de cura e de equilíbrio que Jesus exemplificou.

Em suma, Jesus não precisou de mágica para curar; Ele precisou apenas de Amor, Conhecimento e Autoridade Moral, que é a posse natural do Espírito plenamente evoluído. A ciência do futuro convergirá para esta verdade, explicando os “milagres” como fenômenos naturais, mas sublimes, da interconexão entre Espírito e Matéria.