No Espiritismo, o apostolado é a continuidade da obra de Jesus.
Ele iniciou a missão com os 12, que eram Espíritos preparados para lançar as bases do Cristianismo, sendo mestres na fé e no serviço.
Essa missão se estende a todos que promovem a luz! O Espiritismo trouxe a “chave” (Kardec) para entender a “porta” (Jesus), e nos deu exemplos de apóstolos modernos:
⭐ Chico Xavier: O exemplo do desinteresse e da caridade total.
⭐ Bezerra de Menezes: O testemunho da renúncia e do socorro aos mais pobres.
Seja você também um apóstolo moderno: use sua vida como testemunho da Lei de Amor!
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A Etimologia da palavra Apóstolo e a Interpretação Espírita
A palavra “apóstolo” tem a sua origem no grego antigo.
Etimologia:
- Vem do grego ἀπόστολος (apóstolos), que significa “enviado” ou “mensageiro”.
- É formada por ἀπό (apo), que significa “de” ou “a partir de”, e στέλλειν (stellein), que significa “mandar” ou “enviar”.
- A ideia literal é a de uma pessoa enviada à frente, um delegado ou embaixador com a autoridade daquele que o enviou.
O Apóstolo para o Espiritismo:
No contexto do Espiritismo, a figura do apóstolo, embora associada primeiramente aos 12 discípulos de Jesus e a Paulo de Tarso (o “Apóstolo dos Gentios”), é vista sob uma perspectiva mais ampla e ligada à ideia de missão e trabalho dedicado à propagação do bem e da verdade.
- Seguidores e Divulgadores do Cristo: Os apóstolos originais são reconhecidos como Espíritos preparados que vieram à Terra com a missão de serem os intérpretes e divulgadores dos ensinamentos de Jesus, o Cristo. Eles são vistos como os alicerces do Cristianismo primitivo, encarregados de levar a Boa Nova (o Evangelho) aos quatro cantos do mundo.
- Exemplo de Dedicação e Serviço: O termo se aplica, em sentido mais figurado, a qualquer indivíduo que se dedica com abnegação e profunda convicção à propagação e defesa de uma doutrina moral e consoladora, especialmente a Doutrina Espírita (o Consolador Prometido por Jesus).
- Kardec como “Apóstolo”: Por vezes, o próprio Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, é poeticamente chamado de “Apóstolo” em relação à Terceira Revelação (o Espiritismo), não no sentido bíblico tradicional, mas como o enviado que, com metodologia e raciocínio, desvendou e organizou a Doutrina sob a orientação dos Espíritos Superiores, complementando os ensinamentos de Jesus. O Espírito Emmanuel, por exemplo, o chama de “o Apóstolo” em conjunção com Jesus, o “Mestre”, dizendo: “Jesus, a porta. Kardec, a chave.”
Portanto, para o Espiritismo, apóstolo é primariamente um enviado divino com uma missão de grande relevância para a humanidade, que exemplifica a fé, o serviço, a coragem e a dedicação ao ideal de amor e verdade do Evangelho de Jesus.
Biografia de Jesus e dos Doze Apóstolos: Uma Interpretação Histórico-Espírita
A formação do colégio apostolar de Jesus, à luz do Espiritismo, não é vista como um evento casual, mas sim como a reunião de Espíritos previamente preparados e unidos por profundos laços de missão e afinidade, destinados a servir de base para a futura Doutrina Cristã, a qual o Espiritismo reconhece como sua essência moral.
Jesus, o Guia e Modelo
O Espiritismo reconhece Jesus não apenas como um homem sábio, um líder religioso ou um profeta, mas como o Espírito mais puro e perfeito que já encarnou na Terra.
| Aspecto Histórico | Interpretação Espírita |
| Contexto | Judeu, nascido em Belém, crescido em Nazaré. Viveu na Galileia no século I, uma região sob domínio romano, marcada por tensões sociais e movimentos messiânicos. |
| Sua Natureza | O Cristo Cósmico, Espírito Puro, que dirige a evolução do planeta Terra, sendo o seu Governador Espiritual. |
| Sua Missão | Pregava o Reino de Deus iminente. Ensinava através de parábolas e realizava curas e fenômenos notáveis, desafiando as tradições religiosas estabelecidas. |
| Sua Morte e Ressurreição | Condenado e crucificado sob Pôncio Pilatos. Os Evangelhos narram o corpo desaparecido e as aparições subsequentes. |
Os 12 Apóstolos: Espíritos em Missão
Os Doze foram, em sua maioria, homens simples, Galileus, humildes pescadores, o que confere autenticidade e popularidade à mensagem do Mestre. O Espiritismo entende que, apesar de suas imperfeições (dúvidas, rivalidades, ambições), eles possuíam a coragem e a disposição moral necessárias para o sacrifício e a missão. Muitos deles se destacaram como médiuns de cura e oradores, essenciais para a divulgação da Boa Nova.
| Apóstolo (Nome/Apelido) | Aspecto Histórico e Personalidade | Visão Espírita (Missão e Aprendizado) |
| 1. Simão Pedro (Cefas) | Pescador, impulsivo, porta-voz do grupo. Inicialmente vacilante (negou Jesus três vezes), tornou-se a “rocha” da Igreja de Jerusalém. | Espírito com liderança nata e grande potencial, mas com a lição do domínio do temperamento. A sua queda (negação) serviu de aprendizado para a sua futura firmeza moral. |
| 2. André | Irmão de Pedro, pescador. É descrito como o elo de ligação, o que conduzia pessoas a Jesus. | O evangelizador discreto. Sua missão era a da união e do serviço silencioso, agindo nos bastidores da divulgação. |
| 3. Tiago, o Maior | Filho de Zebedeu e Salomé, irmão de João. Chamado Boanerges (Filho do Trovão) devido ao seu temperamento impetuoso. Foi o primeiro a ser martirizado. | Espírito de grande energia, precisando aprender a canalizar a impetuosidade para a pregação. Seu martírio precoce atesta a sua fidelidade. |
| 4. João | Irmão de Tiago, o Maior. O “discípulo amado” e, provavelmente, o mais jovem. Viveu mais que os outros, sendo autor do Quarto Evangelho e do Apocalipse. | Espírito de profunda ternura e intuição espiritual. Seu Evangelho, mais místico, reflete a sua capacidade de mergulhar na essência do ensinamento do Cristo (o Amor). |
| 5. Filipe | Nascido em Betsaida, era um homem prático e lógico. Questiona Jesus sobre o pão para a multidão e pede para ver o Pai. | Representa a necessidade da lógica na fé. Sua missão era ancorar o divino nas realidades terrenas, buscando a prova pela razão. |
| 6. Bartolomeu (Natanael) | É associado a Natanael, um cético inicial que foi convencido pela clarividência de Jesus. | O homem transparente, sem “dobrez”. Sua conversão ilustra a superação da dúvida pela revelação da verdade interior. |
| 7. Mateus (Levi) | Publicano (cobrador de impostos), uma profissão desprezada na época, que o torna um pária social. | O Espírito da redenção pelo serviço. Deixou a vida de “pecado social” para se dedicar à missão, mostrando a força da transformação moral. |
| 8. Tomé (Dídimo) | Seu nome significa “gêmeo”. Apresentava um traço de ceticismo e raciocínio prático, exigindo ver para crer na ressurreição. | Simboliza a dúvida metódica. Sua experiência valida a necessidade de prova e demonstração (fenômenos mediúnicos) para o despertar da fé, lema adotado pelo Espiritismo. |
| 9. Tiago, o Menor | Filho de Alfeu, por vezes associado a Tiago, o Justo, um dos líderes da Igreja de Jerusalém. | Espírito de fidelidade e discrição. Sua atuação é mais silenciosa, focada na organização e manutenção da jovem comunidade cristã. |
| 10. Judas Tadeu | Irmão de Tiago, o Menor. Foi um dos que acompanharam Jesus desde a infância. | Espírito de profundo afeto e estoicismo. Dedicou-se à pregação após o Mestre, demonstrando o valor do serviço abnegado. |
| 11. Simão, o Zelote | Associado ao movimento nacionalista radical dos zelotes antes de seguir Jesus. | Representa a conversão do radicalismo à mansidão. Sua missão era transformar o fervor político em fervor espiritual e pacífico. |
| 12. Judas Iscariotes | O tesoureiro do grupo, o único não galileu. Sua traição levou-o ao suicídio. | Segundo a literatura espírita, Judas era dominado por uma ambição material e desejava forçar Jesus a instaurar um reino terreno. Sua traição não visava necessariamente a morte, mas um confronto que revelasse o poder político do Messias, falhando em compreender o reino espiritual. Seu drama é um exemplo do mau uso do livre-arbítrio. |
Todos eles, a despeito de suas falhas humanas, tiveram seus potenciais e imperfeições utilizadas e moldadas por Jesus para fundar uma Doutrina de progresso e amor. Os fenômenos mediúnicos que operavam (curas, expulsão de Espíritos) são vistos como manifestações do intercâmbio com o mundo espiritual, confirmando a verdade da imortalidade.
Os Apóstolos do Espiritismo: Testemunhos Vivos do Evangelho
No Espiritismo, o termo “apóstolo” é usado em sentido figurado para designar aqueles que, por sua dedicação incondicional à Doutrina, tornaram-se pilares e exemplos vivos de sua moral e seus princípios. Eles são reconhecidos por sua coerência entre o que ensinam e o que praticam, sendo verdadeiros continuadores da missão de Jesus.
Ícones da Codificação e Divulgação
| Figura | Contribuição e Testemunho |
| Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail) | O Codificador da Doutrina. Sua principal atitude foi a de rigor e método científico na análise dos fenômenos e das comunicações espirituais. Seu exemplo é o da independência mental, da humildade em aceitar os fatos e da perseverança em organizar o conhecimento, mesmo diante da zombaria e da perseguição. Sua vida é um testemunho da fé raciocinada. |
| Léon Denis | O Apóstolo da Razão e do Sentimento na França, sucessor moral de Kardec. Sua obra é marcada pela profundidade filosófica e pela defesa da Doutrina perante a intelectualidade. Testemunhou o ideal de viver uma vida simples e em consonância com os princípios espíritas, dedicando-se inteiramente à causa sem buscar riqueza ou glória pessoal. |
| Gabriel Delanne | Destacou-se pela pesquisa científica dos fenômenos mediúnicos e da reencarnação, oferecendo base material para a fé espírita. Seu exemplo é o da fé inabalável sustentada pelo exame dos fatos e pela lógica, provando a sobrevivência da alma através de estudos metapsíquicos. |
Ícones da Mediunidade e da Caridade
| Figura | Contribuição e Testemunho |
| Chico Xavier (Francisco Cândido Xavier) | O Apóstolo da Mediunidade e da Caridade no Brasil. Psicografou mais de 450 livros e dedicou sua vida ao serviço incondicional ao próximo, vivendo em extrema humildade e pobreza voluntária. Seu exemplo é o da mediunidade com Jesus, ou seja, exercida com desprendimento, desinteresse e o propósito único de consolar e instruir, sempre pautado na máxima “fora da caridade não há salvação”. |
| Divaldo Franco | Reconhecido por sua intensa atividade mediúnica, oratória e caritativa através da Mansão do Caminho. Seu testemunho é o da abnegação total e do trabalho incessante em prol da criança e do jovem em situação de vulnerabilidade, demonstrando que o estudo da Doutrina e o serviço ao Evangelho caminham de mãos dadas. |
| Bezerra de Menezes | O Apóstolo da Caridade no Brasil. Médico, político e militar, abandonou a carreira em ascensão para dedicar-se ao Evangelho e à assistência aos mais pobres, sendo reconhecido por sua bondade e altruísmo exemplares. Sua atitude de renúncia e socorro imediato aos necessitados, muitas vezes à custa de seu próprio conforto, é o maior testemunho do Cristianismo redivivo. |
Estes “apóstolos” modernos do Espiritismo, com suas vidas dedicadas, demonstram que o verdadeiro apostolado não é um título, mas uma postura de vida que traduz a mensagem do Cristo em pensamentos, palavras e, sobretudo, em obras de amor e esclarecimento.
Diferenças conceituais entre Cristo, Apóstolo e Jesus segundo o Espiritismo
A Doutrina Espírita estabelece distinções claras entre os conceitos de Cristo, Jesus e Apóstolo, diferenciando o Princípio Divino, o Espírito Encarnado e o Enviado em Missão.
Aqui está a diferença fundamental entre eles segundo o Espiritismo:
| Conceito | Natureza (O que é) | Papel e Significado no Espiritismo |
| CRISTO | Princípio, Estado e Missão Divina. | É o título que designa a maioridade espiritual, a condição de Espírito Puro, que atingiu a perfeição e a plenitude do conhecimento, da moral e do amor. É a Luz do Mundo, o Verbo Divino. |
| JESUS | O Ser, o Espírito Encarnado. | É o Espírito mais evoluído que já encarnou na Terra, sendo o seu Governador Espiritual e o Guia e Modelo de perfeição moral para a Humanidade. Ele personificou e exemplificou a condição CRISTO na matéria. |
| APÓSTOLO | O Enviado em Missão. | É o indivíduo (Espírito) comissionado a divulgar uma verdade ou doutrina. Os 12 originais eram discípulos (alunos) que se tornaram apóstolos (enviados) de Jesus, encarregados de difundir o Evangelho, dando testemunho com sua vida e fé. |
Detalhamento das Diferenças
1. JESUS (O Homem, o Espírito)
- É o indivíduo: A figura histórica que viveu na Galileia no século I.
- Sua Essência: Um Espírito Puro (ou da ordem mais elevada), que se destacou de todos os outros por sua superioridade moral e intelectual absoluta.
- Seu Poder: Sua superioridade não vinha do corpo, mas do Espírito, que dominava a matéria de forma absoluta, permitindo-lhe realizar fenômenos notáveis. Ele é o Embaixador de Deus na Terra.
2. CRISTO (O Título, a Condição)
- É o título, não o nome: O termo Cristo (do grego, que significa “O Ungido”) é a condição atingida por Jesus.
- O “Cristo Cósmico”: Representa o princípio que preside a evolução do planeta, o amor em sua expressão máxima.
- Significado Maior: Embora Jesus seja o Cristo da Terra, o conceito de “Cristo” é universal, designando o arquétipo da perfeição. O Espiritismo incentiva o ser humano a desenvolver o Cristo Interno – ou seja, a alcançar o seu próprio estado de perfeição moral seguindo o modelo de Jesus.
3. APÓSTOLO (A Função, o Enviado)
- A função de serviço: A palavra significa literalmente “enviado”. Os Apóstolos originais eram os divulgadores diretos da Segunda Revelação (o Evangelho).
- Continuidade: O apostolado é visto como um serviço contínuo na Terra. Todos aqueles que se dedicam com abnegação e fidelidade à Doutrina do Amor, seja na Codificação (Kardec) ou na Caridade (Chico Xavier, Bezerra de Menezes), são considerados, em sentido figurado, apóstolos modernos do Evangelho.
Em resumo, Jesus é o Ser; Cristo é o estado de perfeição que Ele alcançou; e Apóstolo é a função de serviço na divulgação de Sua Lei.