Como é a infraestrutura da internet global?

As conexões de internet intercontinentais são, em sua grande maioria, físicas, através de cabos submarinos de fibra óptica. Embora as conexões via satélite existam e sejam importantes, elas representam uma parcela muito pequena do tráfego global de internet.

A infraestrutura que faz a internet funcionar é uma rede complexa e multifacetada, mas que pode ser dividida em algumas camadas principais.

 

Cabos Submarinos

 

A espinha dorsal da internet global são os cabos submarinos. Esses cabos são feitos de fibra óptica e são incrivelmente finos e leves. Eles são instalados no leito do oceano por navios especializados, que podem levar anos para implantar um único cabo em um percurso de milhares de quilômetros.

Cada cabo pode conter dezenas ou até centenas de fibras ópticas, e cada fibra pode transmitir terabits por segundo (Tbps) de dados. Para entender a dimensão disso, 1 Tbps é o equivalente a 1.000 Gbps, que é uma velocidade mil vezes maior do que a média das conexões domésticas.

Além das fibras ópticas, os cabos submarinos contêm amplificadores a cada 50 a 80 quilômetros para impulsionar o sinal de dados, que tende a se atenuar em longas distâncias. Esses amplificadores são alimentados por eletricidade enviada através do próprio cabo, a partir de estações em terra.

 

Conexões por Satélite

 

As conexões por satélite são usadas principalmente em áreas remotas ou de difícil acesso, onde a instalação de cabos submarinos ou terrestres é inviável ou muito cara. Essas conexões também são usadas como um backup para os cabos, em caso de falhas ou catástrofes naturais.

A principal desvantagem da conexão via satélite é a latência, que é o tempo que leva para o sinal ir e voltar da Terra para o satélite e de volta para a Terra. Embora o sinal viaje na velocidade da luz, a distância é enorme, o que resulta em um atraso considerável. Para aplicações que exigem baixa latência, como jogos online ou videoconferências, as conexões via satélite não são ideais.

 

Infraestrutura em Terra e Ponto de Troca de Tráfego

 

Quando os cabos submarinos chegam à costa, eles se conectam a estações de aterrissagem, que são edifícios que abrigam os equipamentos que recebem e transmitem o tráfego de dados. A partir daí, a conexão segue por meio de cabos terrestres, que são redes de fibra óptica que se estendem por todo o país, interligando cidades e regiões.

O tráfego de dados é direcionado para pontos de troca de tráfego (ou IXPs – Internet Exchange Points). Os IXPs são centros de dados onde diferentes provedores de internet (ISPs), empresas de conteúdo e redes se conectam entre si. Em vez de enviar tráfego para longas distâncias, os IXPs permitem que as redes troquem dados localmente, o que melhora a eficiência e reduz a latência.

 

Como tudo se conecta: Provedores de Internet (ISPs)

 

Os ISPs são os provedores de serviços de internet. Eles têm a responsabilidade de levar a internet até as nossas casas e empresas. Eles se conectam aos IXPs e aos cabos terrestres e submarinos.

Existem diferentes níveis de provedores de internet:

  • Provedores de Nível 1 (Tier 1): São os maiores provedores do mundo, que operam as redes globais e são donos dos cabos submarinos e terrestres. Eles não pagam a ninguém para trocar tráfego entre si.
  • Provedores de Nível 2 (Tier 2): Esses provedores têm uma rede regional ou nacional. Eles compram acesso aos provedores de Nível 1 e, muitas vezes, trocam tráfego com outros provedores de Nível 2.
  • Provedores de Nível 3 (Tier 3): São os provedores locais, que se conectam aos provedores de Nível 2 ou 1 e levam a internet até os usuários finais, seja por fibra óptica, cabo, DSL ou outras tecnologias.

A infraestrutura da internet funciona como uma grande teia global. Os cabos submarinos conectam continentes, os cabos terrestres conectam países e cidades, e os provedores de internet conectam as casas e empresas a essa rede global. As conexões de satélite são usadas para preencher as lacunas e fornecer conectividade em lugares remotos.

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