Você se lembra do tempo em que o Orkut dominava o Brasil? Ou talvez tenha tido um perfil no MySpace, o precursor das redes sociais de música? E o Vine, a rede social de vídeos curtos que lançou tantos criadores de conteúdo? Se a resposta for sim, você provavelmente entende a montanha-russa que é o mundo das plataformas sociais.
Imagine a seguinte história: um criador de conteúdo, vamos chamá-lo de Leo, passou anos construindo uma comunidade no Vine. Ele tinha milhares de seguidores, seus vídeos viralizavam e ele era uma figura influente naquela plataforma. Ele se dedicava totalmente ao Vine, postando vários vídeos por dia, interagindo com sua audiência e até mesmo ganhando dinheiro com parcerias.
Um dia, a notícia veio: o Twitter, que havia comprado o Vine, decidiu encerrar a plataforma. De repente, a audiência que Leo levou anos para construir desapareceu. Milhares de seguidores, curtidas, comentários… tudo se foi. Foi como se a casa dele tivesse sido demolida sem aviso prévio. Leo teve que começar praticamente do zero em outras plataformas, como o Instagram e o YouTube, e nunca mais conseguiu o mesmo nível de engajamento que tinha no Vine.
Essa história não é ficção. Ela se repetiu inúmeras vezes com a morte de várias plataformas ao longo dos anos. A timeline a seguir nos mostra como a paisagem das redes sociais é instável e como é crucial entender que elas são apenas ferramentas, não a fundação do seu negócio.
A Cronologia das Redes Sociais: De Gigantes a Fantasmas
A história das redes sociais é marcada por ascensões meteóricas e quedas abruptas. Veja alguns exemplos notáveis:
- 1997 – Six Degrees: Considerada a primeira rede social da história, permitia criar perfis e listas de amigos. Encerrou as atividades em 2001.
- 2003 – MySpace: Dominante no início dos anos 2000, era o lugar preferido dos músicos e artistas para divulgar seus trabalhos. Foi superado pelo Facebook e hoje opera em uma escala muito menor.
- 2004 – Orkut: Um fenômeno no Brasil e na Índia. As comunidades do Orkut eram lendárias. Em 2014, o Google anunciou o seu fim, deixando milhões de brasileiros órfãos de suas comunidades.
- 2006 – Bebo: Uma rede social popular no Reino Unido, Austrália e Irlanda, que também foi superada pelo Facebook.
- 2013 – Vine: Famoso por seus vídeos de 6 segundos em loop. Lançou a carreira de muitos criadores, mas foi descontinuado pelo Twitter em 2016.
Esses exemplos nos mostram que, por mais popular que uma plataforma seja, ela não é permanente. Uma decisão de negócio, uma aquisição ou a perda de relevância podem encerrar suas operações do dia para a noite. E se toda a sua audiência está lá, você pode perder tudo.
A Importância de Ter sua Própria Casa
É aqui que entra o conceito de “casa própria”. No marketing digital, a sua casa não é a rede social, mas sim a sua lista de e-mails, o seu blog ou o seu site.
Pense nisso: o Instagram, o TikTok, o Facebook e o YouTube são como apartamentos alugados. Eles são ótimos, têm uma boa localização (uma grande audiência), e oferecem muitas comodidades. Mas você não é o dono. O proprietário pode mudar as regras a qualquer momento: pode alterar o algoritmo, limitar o seu alcance ou, no pior dos casos, fechar o prédio inteiro.
Seu site ou blog, por outro lado, é sua casa própria. Você é o proprietário. Ninguém pode mudar as regras sem o seu consentimento. Você decide o design, o conteúdo e a forma de interação. E, mais importante, sua lista de e-mails é a chave da sua casa. É a única forma de comunicação direta com sua audiência, sem intermediários.
O Que Fazer na Prática?
A solução não é abandonar as redes sociais. Elas são ferramentas incrivelmente poderosas para construção de audiência e tráfego. A estratégia ideal é usar as redes sociais para o que elas são melhores:
- Atração: Use as redes sociais para criar conteúdo de valor e atrair novos seguidores.
- Conversão: A partir de uma chamada para ação (CTA), direcione esses seguidores para a sua “casa própria”. Incentive-os a se inscreverem em sua newsletter, baixarem um material gratuito no seu site, ou a visitarem seu blog.
- Relacionamento: Cultive o relacionamento com sua audiência na sua casa. Envie e-mails exclusivos, ofereça conteúdo premium em seu blog e crie um senso de comunidade em um espaço que é seu.
Ao fazer isso, você não estará mais refém das plataformas. Se amanhã o Instagram ou o TikTok deixarem de existir, você ainda terá sua audiência, sua lista de e-mails e a sua “casa” para continuar se comunicando e construindo seu negócio.
Lembre-se da lição de Leo: use as redes sociais com sabedoria, mas nunca se esqueça de que a sua verdadeira audiência é aquela que você tem o poder de contatar diretamente, sem a permissão de terceiros. A sua casa própria é o seu ativo mais valioso no marketing digital.