Comprar ETFs globais diretamente em bolsas de valores no exterior pode ser uma alternativa interessante, mas apresenta algumas particularidades que você precisa considerar.
Como funciona?
Se você optar por investir em bolsas fora do Brasil, como a de Nova York (NYSE) ou a NASDAQ, você não estará sujeito às regras do mercado fracionário brasileiro. Nesses mercados, é possível, sim, comprar frações de alguns ETFs (e também de ações), um conceito conhecido como compra fracionada ou fractional shares. Isso torna o investimento mais acessível, permitindo que você aplique valores menores.
O que considerar?
- Corretoras estrangeiras: Você precisará abrir uma conta em uma corretora que ofereça a opção de comprar frações de ativos. Algumas corretoras internacionais populares, como a Charles Schwab, Fidelity e Interactive Brokers, oferecem essa funcionalidade. Existem, inclusive, corretoras que atendem especificamente investidores brasileiros, facilitando o processo de abertura de conta.
- Taxas e custos: Fique atento aos custos envolvidos. Além das taxas de corretagem (que costumam ser baixas ou até zero), você precisará lidar com o câmbio para enviar dinheiro do Brasil para sua conta na corretora no exterior. A conversão do real para o dólar ou outra moeda estrangeira pode ter custos e impactar seu retorno.
- Tributação: A tributação de investimentos no exterior é diferente daquela praticada no Brasil. É importante entender as regras de Imposto de Renda sobre os ganhos de capital, dividendos e outros rendimentos para declarar corretamente e evitar problemas com a Receita Federal.
- Câmbio: Ao comprar um ETF em outra moeda, você fica exposto à variação cambial. Se o real se desvalorizar em relação ao dólar, por exemplo, o valor do seu investimento em reais aumenta. Por outro lado, se o real se valorizar, o valor do seu investimento em reais diminui, mesmo que o preço do ETF permaneça estável. Essa exposição cambial pode ser uma forma de proteção contra a desvalorização do real.
Em resumo, comprar ETFs globais em bolsas no exterior pode ser uma excelente forma de diversificação, com a vantagem de poder adquirir frações. No entanto, é fundamental pesquisar bem as corretoras, entender os custos e a tributação para garantir que a estratégia se alinhe aos seus objetivos financeiros.