A frase “O estado natural das coisas é o caos. Deus é ordem.” não possui uma autoria única e universalmente reconhecida como de um pensador específico, mas é uma ideia que ecoa em diversas filosofias e correntes de pensamento. É uma formulação que expressa a dialética entre desordem e organização, atribuindo a Deus a essência da ordem.
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Interpretação segundo o Espiritismo
Do ponto de vista do Espiritismo, a frase “O estado natural das coisas é o caos. Deus é ordem” pode ser interpretada da seguinte forma:
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O “caos” como ponto de partida da criação e da imperfeição:
- No Espiritismo, entende-se que, no princípio, a matéria e os elementos do universo estavam em um estado de confusão e desorganização. A própria formação dos mundos, como a Terra, é descrita em “O Livro dos Espíritos” como partindo de um “caos” de elementos que, pouco a pouco, foram tomando seu lugar sob a ação das leis divinas.
- Além disso, o “caos” também pode se referir à imperfeição dos espíritos em seus primeiros estágios evolutivos. No início de sua jornada, os espíritos são simples e ignorantes, sem o conhecimento e a moralidade que advêm da evolução. Essa ignorância pode ser vista como um tipo de “caos” moral ou intelectual, que se manifesta em ações desordenadas e egoístas.
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Deus como a inteligência suprema e a fonte da ordem:
- Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Essa inteligência se manifesta através de leis universais, imutáveis e perfeitas, que regem todo o universo, tanto no plano material quanto no espiritual.
- A ordem que observamos na natureza, desde o movimento dos astros até a organização dos seres vivos, é uma expressão da sabedoria e da providência divinas. Nada acontece por acaso; tudo tem uma razão de ser e um propósito.
- Mesmo o que nos parece “caótico” ou desordenado, muitas vezes, faz parte de um plano maior e mais complexo que nossa limitada compreensão ainda não alcança. A Teoria do Caos, inclusive, sugere que há uma ordem oculta por trás de fenômenos aparentemente aleatórios, e essa ordem é, em última instância, reflexo das leis divinas.
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A evolução do caos para a ordem:
- A jornada do espírito, e da própria humanidade, é um constante movimento do “caos” (ignorância, imperfeição) em direção à “ordem” (conhecimento, moralidade, perfeição). Através das reencarnações e das experiências vividas, o espírito aprende, progride e se harmoniza com as leis divinas.
- As provações e expiações, que podem parecer geradoras de “caos” na vida terrena, são, na verdade, instrumentos da Providência Divina para impulsionar o progresso dos espíritos, levando-os a superar suas imperfeições e a se alinharem cada vez mais com a ordem divina.
Em síntese, o Espiritismo corrobora a ideia de que Deus é a fonte de toda a ordem e harmonia no universo. O que é percebido como “caos” é, em muitos casos, um estágio inicial de desenvolvimento, uma desorganização aparente que contém em si as sementes da futura organização e perfeição, tudo sob a égide das leis divinas.