Esse é um estudo do Livro Gênesis da Bíblia com o uso da IA Gemini (Google).
A passagem Gênesis 2:3 da Bíblia “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele Descansou de toda sua obra que Deus criara e fizera.” tem relação com o sábado Judeu? O que é essa tradição judaica e o que pode e o que não pode fazer nesse dia? O que acontecia com a pessoa que descumpria essa tradição no tempo de Jesus? Jesus descumpriu essa tradição ou foi acusado de tê-la descumprido?
Sim, a passagem de Gênesis 2:3 tem uma relação fundamental com o sábado judaico.
Essa passagem é a base bíblica para a instituição do Shabat (sábado), o sétimo dia da semana, como um dia de descanso e santidade.
**A Tradição Judaica do Sábado (Shabat):**
O Shabat é um dos mandamentos mais importantes do judaísmo, observado do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado.
É um dia de descanso, celebração da criação divina e libertação da escravidão no Egito, além de ser um tempo para se conectar com a família, a comunidade e Deus.
**O que se pode e o que não se pode fazer no Shabat:**
A lei judaica (Halachá) detalha extensivamente as atividades proibidas no Shabat, derivadas principalmente de interpretações da Torá e tradições rabínicas.
O objetivo dessas restrições é garantir um descanso completo e a santidade do dia.
Algumas categorias gerais de atividades proibidas (Melachot) incluem:
* **Trabalho produtivo:** Semear, arar, colher, debulhar, moer, assar, construir, demolir, etc. Essas 39 categorias de trabalho matrizes e suas derivações são consideradas atividades criativas ou que envolvem esforço significativo.
* **Cozinhar e acender fogo:** Preparar alimentos, acender ou apagar chamas.
* **Transportar objetos em domínio público:** Carregar coisas de um espaço privado para um público ou vice-versa.
* **Comércio:** Comprar, vender ou qualquer atividade comercial.
* **Escrever e apagar:** Qualquer forma de escrita é proibida.
* **Viajar:** Deslocamentos longos são geralmente evitados.
* **Usar eletricidade:** Em muitas interpretações, acionar dispositivos elétricos é considerado uma forma de “fazer fogo”.
Por outro lado, o Shabat é um dia para:
* **Descansar:** Abster-se de trabalho e atividades cotidianas.
* **Orar e estudar a Torá:** Participar de serviços religiosos e dedicar tempo ao estudo.
* **Fazer refeições festivas:** Compartilhar refeições especiais com a família e amigos.
* **Passar tempo com a família e a comunidade:** Fortalecer laços sociais.
* **Cantar e louvar a Deus:** Expressar gratidão e alegria.
* **Fazer o bem:** Ajudar os outros e praticar atos de bondade são permitidos, especialmente em situações de necessidade.
**O que acontecia com quem descumpria a tradição no tempo de Jesus:**
No Antigo Testamento, a violação do Shabat era considerada uma transgressão grave, com a pena de morte sendo prescrita em alguns casos (Êxodo 31:14-15; Números 15:32-36).
No tempo de Jesus, sob a lei romana e a administração local, a aplicação dessas penas capitais era limitada e complexa. No entanto, a desaprovação social e religiosa para quem violava o Shabat era significativa.
**Jesus descumpriu essa tradição? Ou foi acusado de tê-la descumprido?**
Os Evangelhos relatam diversos episódios em que Jesus e seus discípulos foram acusados de violar as leis do Shabat pelos líderes religiosos da época, principalmente fariseus.
As acusações geralmente envolviam:
* **Curar enfermos no Shabat:** Jesus realizou várias curas no sábado, argumentando que era lícito fazer o bem nesse dia e que o bem-estar humano era mais importante do que a interpretação estrita das leis sabáticas (Mateus 12:9-14; Marcos 3:1-6; Lucas 13:10-17; João 5:1-18; 9:1-16).
* **Colher grãos para comer no Shabat:** Os discípulos de Jesus colheram espigas para se alimentar no sábado, o que foi interpretado como trabalho de colheita (Mateus 12:1-8; Marcos 2:23-28; Lucas 6:1-5). Jesus defendeu seus discípulos, lembrando de exemplos bíblicos e afirmando que “o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27).
É importante notar que Jesus não estava rejeitando o mandamento do Shabat em si, mas sim contestando as interpretações e as restrições adicionais que haviam sido desenvolvidas pela tradição rabínica, que ele considerava excessivas e que obscureciam o propósito original do Shabat como um dia de descanso, bênção e misericórdia. Ele enfatizava o espírito da lei sobre a letra, defendendo ações que promoviam a vida e o bem-estar, mesmo no Shabat.