Análise do termo “Bem-aventurados” à luz do termo hebraico original “Ashrei”

No seu livro “O Sermão do Monte”, Severino Celestino da Silva oferece uma análise da palavra “bem-aventurados” à luz do termo hebraico original, “ashrei”. Sua análise aponta para uma distinção significativa entre a tradução grega e o sentido hebraico.

Segundo Severino Celestino, a palavra-chave do Sermão do Monte não seria primariamente “bem-aventurados”, traduzida do grego “makarioi” (que significa feliz, abençoado), mas sim o termo hebraico “ashrei”. Ele argumenta que “ashrei” possui uma conotação mais dinâmica, significando algo como “avante”, “ir em frente”, “prosseguir”.

Nessa perspectiva, Jesus, ao utilizar “ashrei”, não estaria prometendo uma felicidade ou bem-aventurança estática e imediata aos seus ouvintes, muitos deles oprimidos e sofredores. Em vez disso, Ele estaria os exortando a seguir em frente, a perseverar em direção ao Reino dos Céus, apesar das dificuldades presentes.

Severino Celestino enfatiza que a bem-aventurança, no sentido de plenitude espiritual, seria uma conquista gradual, resultado da evolução do espírito ao longo de várias existências. Portanto, a mensagem de Jesus seria um incentivo à caminhada, à resiliência e à esperança, em vez de uma promessa de felicidade instantânea.

Em resumo, a análise de Severino Celestino destaca que a tradução para “bem-aventurados” pode ter obscurecido o sentido original hebraico de “ashrei”, que carrega uma ideia de movimento, de encorajamento para seguir adiante no caminho espiritual, mesmo diante das adversidades.

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