“Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.”
Mateus, 26:56.
A frase “Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas” nos remete à ideia de um plano divino preestabelecido.
Para o Espiritismo, a vida de Jesus não foi um acaso, mas sim uma missão cuidadosamente planejada e aceita por ele antes de sua encarnação.
As profecias do Antigo Testamento, nesse contexto, seriam como um mapa, indicando os caminhos que o Mestre trilharia para nos trazer a Boa Nova e exemplificar o amor e a caridade em sua mais alta expressão.
A fuga dos discípulos, por outro lado, revela a fragilidade humana diante da provação. Mesmo aqueles que caminharam lado a lado com Jesus, testemunhando seus milagres e ouvindo seus ensinamentos, sucumbiram ao medo e à insegurança no momento mais crítico.
Esse episódio nos ensina sobre as nossas próprias imperfeições e dificuldades em manter a fé e a coragem em face das tribulações.
Sob a ótica espírita, essa fuga não deve ser vista com julgamento severo, mas sim com compreensão. Os discípulos eram homens em processo de aprendizado, com suas limitações e temores.
Aquele momento de fraqueza fazia parte de sua jornada evolutiva, e o próprio Jesus, com sua infinita misericórdia, compreendia suas dificuldades.
Podemos também refletir sobre a natureza das provações em nossas próprias vidas. Assim como Jesus passou por momentos de extrema dor e solidão, nós também enfrentamos desafios que testam nossa fé e nossa capacidade de seguir os ensinamentos do Evangelho. A fuga dos discípulos nos lembra que a caminhada rumo à perfeição é árdua e que, muitas vezes, vacilamos e nos sentimos desamparados.
No entanto, a história não termina com a fuga. Os discípulos, posteriormente, se arrependeram, fortaleceram-se e se tornaram pilares do Cristianismo nascente.
Esse processo de queda e redenção nos traz uma mensagem de esperança: mesmo em nossos momentos de maior fragilidade, sempre há a possibilidade de aprendizado, crescimento e renovação.
Em resumo, a passagem de Mateus 26:56, à luz da Doutrina Espírita, nos convida a refletir sobre:
* O plano divino: A vida de Jesus como parte de um projeto maior de elevação da humanidade.
* A fragilidade humana: As dificuldades que todos nós enfrentamos em manter a fé e a coragem diante das provações.
* A misericórdia divina: A compreensão e o amor incondicional de Jesus por suas criaturas, mesmo em seus momentos de fraqueza.
* A esperança na redenção: A possibilidade de aprendizado e crescimento mesmo após as quedas.
É uma passagem que nos convida à humildade, à compreensão e à perseverança em nossa própria jornada espiritual, lembrando-nos que, assim como os discípulos, podemos aprender com nossos erros e nos fortalecer no caminho do bem.